Um vaso que ganhou da vovó?
O que é arte?
Para que nós precisamos dela?
Não vou usar para trabalhar, mesmo!
“na educação infantil é que faz desenho... Depois, aí é que vem trabalho duro...”
Estas são poucas das muitas falas comuns que escutamos sobre a arte.
Mas, você sabe quem foi Tarsila do Amaral?
Sabia que ela foi uma grande personagem (e continua sendo...), que fez com que o Brasil dispusesse de reconhecimento no exterior?
Quem foi Van Gogh?
Ele era gente como a gente?
Não damos espaço para a arte, porque não nos permitimos sonhar, imaginar, criar, apreciar o belo, dar um 'espaço' em nossa agenda tão lotada...
Mas saibam que, a cada dia mais, a arte vem sendo reconhecida, até mesmo nos grandes e temidos vestibulares. Quem não sabe 'ler' diferentes 'textos', acaba não tendo vez até mesmo no mercado de trabalho – quem não cria, não pode bem produzir, 'porque não se reconhece produtor do que tem em mãos...'
Penas daqueles que não são 'poetas', 'artistas', ou que não se deixam envolver pela magia, pelo encantamento de todas as expressões artísticas, expressões humanas, que trazem do homem o que de melhor este pode oferecer: traz o próprio homem, em sua essência, sua natureza, seus problemas e suas angústias, seus medos, mas também suas alegrias e festejos, suas brincadeiras e sonhos... Traz o homem de verdade, aquele que pode ser sincero, que não precisa mentir... Aquele que é ele mesmo, sem precisar fugir de si e dos outros. Aquele que diz, e pode assim fazer...
A arte tem esta propriedade de revelar a nós mesmos, e de nos expor para que os outros nos conheçam e façam parte de nossa vida.
A arte, de tão complexa, possui inúmeras definições, todas elas igualmente válidas.
A arte, para mim, é a expressão, da forma mais bela, mais profunda, mais emocional.
A arte é a expressão da essência das coisas.
É a beleza de se ouvir, ou de dizer: Eu te amo!;Gosto de você!; Você me magoou!; Estou triste hoje; Meu amor foi embora...
A arte, se não é a própria razão, ela precisa, inexoravelmente desta, pois traça caminhos pela ciência estudados.
Espero que apreciem, com olhos contemplativos, os trabalhos de seus filhos, não buscando enxergar um 'retrato', uma fotografia das coisas, da forma 'fiel' como são, como podemos observar. Espero que vocês possam como eu, enxergar por trás, por dentro, por fora, e adiante...
Espero que enxerguem o que realmente seu (sua) filho (a) quis dizer, e pôde dizer, com os instrumentos de que dispunha no momento.
Espero também, e mais profundamente, que a arte possa fazer parte de sua vida, da vida de sua família, como um recanto, um aconchego, um lugar de descanso e de diálogo entre pais e filhos.
PROFESSORA LUCIANA CUNHA RISSO
2006
